domingo, 17 de agosto de 2008

Dorival Caymmi parte nos braços de Iemanjá


O cantor, compositor e pintor Dorival Caymmi morreu na manhã deste sábado de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em seu apartamento no bairro de Copacabana enquanto dormia, aos 94 anos.
Caymmi lutava há nove anos contra um câncer nos rins mas a família afirma que seu estado se saúde piorou quando a esposa Stella Maris, com quem é casado há 66 anos, foi internada há quatro meses e se agravou ainda mais há dez dias, quando Stella entrou em coma.
Teria Caymmi "morrido de amor" por falta da esposa e companheira Stella Maris? Seria um desfecho belo, justamente por ser simples e discreto, como é marca em suas músicas.
Sua obra é relativamente pequena (possui pouco mais de cem músicas), mas, cada uma delas foi concebida tal qual um diamante: calmamente ele extraia a pedra bruta e, com movimentos precisos, a lapidava deixando apenas o necessário.
Muitos já contaram histórias sobre as músicas que Dorival levava anos para terminar. Pois foi a mesma calma com que produziu suas obras, que o permitiu morrer calmamente enquanto dormia e sonhava pela última vez com Iemanjá a pegar suas mãos e levá-lo para o mar que amava e exaltava em suas canções, afinal: "É doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar".

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