quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Santa Catarina: Em meio a tragédia, PMs tentam evitar "saques"

Situação em Santa Catarina lembra passagem do furacão Katrina por New Orleans


Em notícia divulgada nesta quinta-feira, a polícia militar de Itajaí (SC) afirma que vai restringir a circulação de pessoas pelo município durante a noite, ou seja, implantará o "toque de recolher", para evitar saques aos supermercados da cidade.

(Veja em http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u472616.shtml)

Após mais de cem dias de chuva, em meio ao caos que a população vive no estado de Santa Catarina, é lamentável ver a postura do estado: após demonstrar total descaso com a população ao cortar todos os investimentos na área de infraestrutura e prevenção a esse tipo de tragédia, ainda age como repressor as pessoas que buscam comida para sobreviver ao desastre.

Vemos diariamente pelos noticiários que milhares de pessoas estão desabrigadas, perderam tudo o que tinham e dependem da solidariedade das pessoas de outras cidades ou estados. Muitas dessas pessoas nem sabem ao certo o destino de seus familiares.

Mesmo com a situação bárbara que a população vive, que lembra até mesmo a passagem do furacão Katrina por New Orleans, a polícia presta o papel de órgão repressor e defende a propriedade privada dos grandes empresários e não as necessidades básicas de alimentos e água da sofrida população. Seria essa mais uma face da crise mundial?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Visual repaginado

E aí galera!

Apesar de estar um pouco desanimado com os acessos e comentários (ou melhor, com a falta deles) a partir de hoje o blog mudou!

Dei uma repaginada no visual do bicho e agora ele até parece um site de verdade...rsrsrs

Só espero que vocês gostem, acessem e deixem seus comentários.

Abraços

terça-feira, 25 de novembro de 2008

José Saramago e a crise econômica


O escritor José Saramago, que veio ao Brasil divulgar seu novo livro "A Viagem do Elefante" concedeu entrevista no consulado de Portugal e falou sobre diversos assuntos: de Paulo Coelho a crise econômica.

Saramago, único ganhador do Nobel de literatura que escreve em língua portuguesa, afirmou não precisar ler Paulo Coelho (o escritor que vende mais livros no mundo), para ficar mais sereno. "Uma boa doença vale por toda a obra de Paulo Coelho", afirmou.

O português também criticou as comemorações direcionadas aos 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos. Segundo o escritor essa data não deve ser comemorada : "Não há direitos humanos", afirmou.

O escritor falou ainda sobre a crise econômica . "Os responsáveis por tudo isso que aconteceu não são ricos, são riquíssimos, são multimilionários. Eles, os empresários, estão a se servir de nós. Não há uma alternativa política, não há uma alternativa econômica. Eles nos fazem de bobos", disse Saramago.

Na semana em que vimos o governo americano intervir  com garantia de US$ 300 bilhões e entrega de US$ 25 bilhões para evitar a quebra do Citigroup, maior empresa  de serviços financeiros do mundo, a voz de Saramago soa como um guia, no meio da cegueira do mundo todo.

Novidades do blog

Buenas galera! Estive afastado por um tempo e acabei tendo que deixar o blog em segundo plano.


Isso porque procuro me adaptar a nova realidade aqui em minha cidade natal. 

Agora as postagens acontecerão duas a três vezes por semana, e não diariamente como havia projetado no nascimento do blog. 

Sem mais, vamos a postagem de hoje!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Governo vetará correção anual de pensões e aposentadorias

Laycer Tomaz Fonte: www.camara.gov.br

Foi divulgado hoje pelo ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT-PR) que o governo Lula vetará o projeto de lei que prevê a correção anual de pensões e aposentadorias, se o Congresso aprovar o texto.
(Veja em http://www.estadao.com.br/economia/not_eco279054,0.htm)

É difícil, e até triste, ver que um governo dirigido por um ex-sindicalista, que lutou contra a ditadura e dirigiu as grande greves do ABC paulista na década de 80, siga a cartilha econômica do FMI e congele os benefícios geridos pelo governo federal.

A lógica do governo é a de que o trabalhador passe mais da metade de sua vida trabalhando e contribuindo com a Previdência Social, para depois negar-lhe o direito a uma aposentadoria decente. Hoje a aposentadoria é ligada ao salário mínimo, ou seja, R$ 415,00 mensais. Você acha que é justo? Esse é seu sonho de aposentadoria?

Isso tudo é justificado pelo governo com o mito do déficit da previdência. Mito porque na verdade a previdência da lucro para o governo. O déficit só existe se o governo continuar desviando seus recursos para garantir um superávit primário cada vez maior, e "honrar" suas dívidas interna e externa.

Também devemos lembrar que a quase totalidade do "rombo" da Previdência se deve às empresas que recolhem os valores de seus funcionários mas não os repassam ao governo (qualquer semelhança com as empresas de ônibus da cidade não são mera coincidência).

Agora quero saber a sua opinião. O que acha dessa medida do governo?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira: estaríamos todos cegos?

Hoje tive a oportunidade de assistir ao filme "Ensaio sobre a cegueira", dirigido por Fernando Meirelles, baseado no livro homônimo do Nobel de literatura José Saramago, em sua curtíssima passagem pelo cinema aqui em São José dos Campos.

O filme não teve o sucesso esperado no exterior, principalmente nos Estados Unidos, em parte por conta da dureza da história apocalíptica e caótica, e em parte por ter sido rechaçado por associações de cegos que viram preconceito no filme (o que não ocorre, uma vez que a cegueira é usada como metáfora para criticar a sociedade atual).

Análise do filme "Ensaio sobre a cegueira" (2008)

ATENÇÃO - Esse post contém spoilers!

Tudo começa em um semáforo: A luz verde acende mas um carro fica parado estorvando o trânsito. É o momento em que o primeiro personagem do filme descobre estar contaminado com a "cegueira branca".

Em seguida outras pessoas que tiveram contato com ele começam a ficar infectados com a epidemia. Incluindo sua esposa, um ladrão que rouba seu carro, um médico (Mark Ruffalo) que o trata. Sem saber como conter a epidemia, o governo da cidade fictícia os manda para um antigo hospício, onde ficam encarcerados e cegos como forma de tentar conter a doença.

Somente uma pessoa não é afetada pela cegueira coletiva: a esposa do médico (Juliane Moore). Ela serve como alegoria das pessoas que, mesmo com toda o disfarce criado pelos governantes e grandes corporações, conseguem enxergar o que realmente acontece, a dinâmica que controla a sociedade.

Em meio ao caos do hospício, surge o personagem de Gael García Bernal, que se proclama rei da ala 3 e inicia um período de terror dentro do hospício. Cobrando jóias, dinheiro e até mesmo favores sexuais das mulheres para garantir comida a todos, sempre utilizando sua arma para garantir que todos sigam suas ordens.

O preconceito existente na sociedade, perdura mesmo com todos vivenciando aquele momento de crise. Isso fica explícito na cena em que um personagem afirma que o rei que os rouba é negro. Na verdade o negro é quem o está ajudando a atravessar toda a ala enquanto o "vilão" é branco.

A cena em que as mulheres são estupradas na ala 3 em troca de comida é revoltante...você realmente sente a dor das mulheres pelo clima sombrio e carregado na tela do cinema. O incômodo causado pela cena faz com que a pessoa se contorça na cadeira, tamanha a realidade expressa de forma subjetiva, mas marcante.

A brutalidade da cena do estupro contrasta com a sutileza da cena de amor entre o médico e a protituta (Alice Braga). Ao contrário da cena escura, carregada, apesar da cegueira de ambos a cena é clara e tranquila, mesmo quando a esposa do médico os flagra fazendo amor, entende a ligação de ambos e até revela seu segredo a prostituta.

Quando a mulher do médico assassina o rei da ala 3 e dirige a revolta que os liberta do hospício o que vemos é ainda mais deprimente: milhares, milhões de pessoas cegas lutando pela sobrevivência em uma cidade marcada pelo caos.

O papel solitário da mulher do médico nos abre uma série de questionamentos. Afinal ela fica responsável por todo um hospício cheio de cegos e é a única a enxergar, ou será que ela era a cega entre pessoas que enxergavam perfeitamente?

Nota: 9/10

sábado, 1 de novembro de 2008

Barack Obama gasta US$ 7 milhões para falar da crise econômica

Obama lembra o "Tio Sam" em discurso


O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama lançou um anúncio de US$ 7 milhões, aproximadamente R$ 15 milhões, e meia hora de duração na última quarta-feira em sete grandes redes de TV norte-americanas para fazer campanha e falar sobre a crise econômica.

Na reta final da disputa contra o republicano John McCain pela cadeira no salão oval da Casa Branca, Obama demonstra que apesar de usar a imagem de mudança e renovação, segue a mesma linha de seus antecessores e não representará nenhuma mudança real para os trabalhadores norte-americanos.

No momento em que o mundo passa por sua maior crise desde a quebra da bolsa de New York em 1929, um candidato a presidência gastar milhões para falar sobre a crise econômica é no mínimo contraditório e demonstra total falta de respeito com as milhares de pessoas que passam fome sem ajuda dos governos.

Dessa forma, afirmamos que Obama não mudará nada. Apesar de ser mais carismático e parecer mais aberto que Bush, a linha do governo será basicamente a mesma. Isso porque Obama servirá aos interesses das mesmas corporações e dos mesmos empresários.

Em relação a crise voltamos a afirmar que a única solução seria a estatização do mercado financeiro e a implantação de uma economia planificada, isto é, voltada para as necessidades da população e não ao interesse do lucro dos grandes empresários.

Quem sabe dessa forma, mesmo durante uma crise, posssamos crescer mais de 20% ao ano como a antiga União Soviética durante a crise de 1929. O que podemos fazer é esperar e lutar por mudanças reais na política.

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